25 de fevereiro de 2012

Conclusão...


"Até que o hoje vire amanhã. não saberemos dos benefícios do presente."Provérbio chinês


Constatar ao mesmo tempo que alguma coisa nos fala através do nosso corpo e que nada pertence ao acaso pode nos amedrontar ou nos fazer acre ditar na fatalidade. Na verdade é o inverso e nós devemos compreender como diz Paulo Coelho que "se o Céu nos dá o conhecimento do amanhã, é para que ele seja mudado". Se a vida se comunica intensamente conosco e exprime através do nosso corpo o que vai mal também é para que possamos mudar.

Toda evolução do ser começa por uma tomada de consciência do que ele é e do que ele faz. Essa fase fundamental e necessária pode ser iniciada pela compreensão das mensagens vindas do Mestre ou Guia Interior. No entanto ela não é suficiente por si só. Na realidade seria simplista reduzir o próprio sofrimento ou o de uma outra pessoa dizendo: "é por esta ou aquela razão e é porque ele escolheu viver assim". Seria estúpido e isso fatalizaria negativamente o plano consciente dos indivíduos, tornando-os incapazes de trabalhar pelas mudanças das suas memórias profundas e inconscientes.

A responsabilidade total de cada um perante as suas escolhas de encarnação e de vida não autoriza comentário algum. A conformidade com a "lei da Vida" não deve ser julgada por ninguém, pois ninguém conhece as circunstâncias. Se cada um tomar conta do que é seu, o mundo estará bem.

O monge taoísta Mong Tseu dizia com freqüência: "O grande defeito dos homens é abandonar os próprios campos para ir retirar o joio no dos outros." Essa frase contém duas idéias: a primeira corresponde à "visão de que é sempre mais fácil enxergar os problemas dos outros", e a segunda que é aquela do erro, que consiste em querer mudar os outros ou então fazer as coisas por eles "pensando que está ajudando". A nossa prioridade é nos encarregar da vida que nos foi confiada. Se pudermos conduzi-la bem, a nossa luz pode se expandir e mudar o mundo.

A tomada de consciência também não é o suficiente para fazer com que os males do corpo desapareçam miraculosamente quando cremos ter compreendido as palavras da alma. Ela deve sempre ser seguida de um trabalho em cima do despertar da consciência, de uma iniciativa de reflexão profunda e sincera diante dos nossos comportamentos e posições em relação à vida. Poderemos então somente pressupor as mudanças necessárias e, às vezes, dolorosas a fim de liberar as energias "mal" densificadas em nós e que nos fazem sofrer. Ainda é preciso aceitar as mensagens enviadas e o que elas significam, evitando a possível confusão entre "ser capaz de escutar o que você mesmo e o seu corpo dizem" e "se escutar".

Se escutar consiste em buscar os gritos do corpo e em apiedar-se deles, fazendo do sofrimento e da tensão que os acompanham uma maneira de viver dando a impressão de existir. Essa utilização perversa da dor e do sofrimento, um sinal da falta de afeição e de uma busca de reconhecimento infantil, permite que possamos nos queixar e que os outros se responsabilizem por nós. Não temos então interesse algum em que essa situação mude...

Ser capaz de escutar o que você mesmo e o seu corpo dizem é estar pronto para receber as mensagens do seu Mestre ou Guia Interior para mudar e fazer o que for necessário para "crescer". O resultado dessa iniciativa é o inverso da anterior. A tensão e o sofrimento ocuparão cada vez menos espaço na nossa vida.

Teremos cada vez menos necessidade de falar sobre nós mesmos, pois estaremos em melhores condições para nos comunicarmos conosco. As nossas trocas com o exterior, menos dependentes em razão das evacuações das tensões, do estresse ou das emoções, se tomarão cada vez mais enriquecedoras e portadoras da "verdade".

O caminho, às vezes, é longo antes que possamos desencadear o processo de liberação que reverte tudo dentro de nós e pode nos levar à "cura". Muitas vezes, os outros (amigos, médicos, psicólogos, terapeutas, guias espirituais) podem nos ajudar e mesmo, às vezes, tratar de nós. Nós somos, por outro lado, os únicos capazes de nos curar. Essa cura pode ser simples e rápida, se o sintoma for benigno, e mais difícil, se a doença for profunda, até mesmo vista como incurável. Mas depende sempre da nossa decisão profunda de sarar ou não. Essa decisão, tomada fora de toda vontade consciente, pertence a cada um de nós e não pode ser avaliada ou compreendida através de critérios humanos ou emocionais. Se acreditarmos sinceramente que somos capazes de conseguir, isso será de grande ajuda para o nosso trabalho de liberação. O último elemento, enfim, é alguma coisa de indefinível, aconchegada bem no fundo de nós e cujo poderio se revela muitas vezes porque ela faz todos os dias um milagre: a Vida...

Para meditar, e guardar consigo como uma abertura, um farol, que ilumina o Caminho às vezes repleto de solavancos da Vida, e boa viagem em direção à sua Lenda Pessoal...

(conclusão do livro: Diga-me onde dói, que te direi porque-Michael Odoul)


Cuide bem de você...
www.cuidebemdevoce.com

Um comentário:

  1. Muito lindo teu texto! As crises, os tropeços, os problemas são oportunidades de evolução, de crescimento espiritual e por ai vai...

    Com amor,
    Flor

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